terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Cauby Peixoto, a arte de cantar!

Arte & Cultura 06/02/2007 Copyleft



Cauby em acerto de contas

Um dos últimos remanescentes da "era do Rádio", Cauby comemora seus 55 anos de carreira e 76 de vida com o lançamento de um DVD que resgata as várias fases de sua carreira.

Cantor incompreendido ao longo de sua trajetória, Cauby Peixoto é um dos últimos cantores remanescentes da "Era do Rádio". Está lançando o DVD Eternamente Cauby Peixoto, que comemora seus 55 anos de carreira e 76 de vida (a se completar em 10 de fevereiro). O acerto de contas vem em forma de música e também num franco depoimento dado no extra do vídeo. Gravado no Olympia (SP), Cauby contou com uma banda de 10 músicos comandada pelo pianista e maestro Juarez Santana.

O repertório de 22 faixas aborda diferentes fases do cantor, que já visitou diferentes vertentes da música brasileira e mundial. Vai do jazz e um pout-porri de canções norte-americanas que autores brasileiros vertiam ao português nos anos 50, passa pela bossa nova, Djavan (Flor de Lis), Roberto Carlos, Jacques Brel (Ne Me Quitte Pas) e termina com seu maior hit, Conceição, samba-canção de Jair Amorim e Dunga lançado por ele em 1956. Participam do show a cantora Alcione (em duas faixas) e Agnaldo Timóteo, que divide com ele A Noiva e o homenageia com a placa de Cidadão Paulistano. Timóteo é vereador paulistano pelo PL. Outra reverência que o cantor ganhou no ano passado com o musical Cauby!Cauby!, estrelado pelo ator Diogo Vilela.

Cauby é cria de um tempo em que se cantava e tocava de tudo, qualidade que as rádios alimentavam. E os discos de Cauby (são mais de 100) invariavelmente exibiam a versatilidade de sua voz de vibratos bem medidos, apurado senso de dinâmica e grande capacidade de divisão rítmica. São qualidades que acabaram ofuscadas pela cafonice de postura sugerida por seu ex-empresário, produtor e por vezes compositor Di Veras. Foi Di Veras quem lhe impingiu as roupas extravagantes e o excesso de bolerões no repertório, quando não da pura e simples simulação de fãs rasgando-lhe as roupas. É bem verdade que é marca da qual Cauby nunca quis se desvencilhar.

"Quando eu vou cantar para o [público] pobre, bem povão mesmo, eu vou com a roupa mais brilhosa que você possa imaginar. Porque sinto que o homem olha aquilo e fica sonhando em talvez usar uma roupa daquela, tipo príncipe (...), ele tem direito a sonhar. Mas quando eu vou cantar para um outro nível, num clube, aí eu ponho a mais discreta das roupas", disse na entrevista dada à produção do DVD. Na conversa, ele falou ainda das mudanças que a idade trouxe para a voz (registro mais grave), da memória infanto-juvenil ("tinha mania de estupro ao brincar de médico com as meninas") e da iniciação sexual hetero incentivada pelo irmão mais velho na zona boêmia.


Da relação artista versus ser humano, diz que "artista não tem direito a amar. Talvez a Rita Lee tenha conhecido isso, mas a maioria não". E sobre si próprio, na relação com os outros: "Levo numa boa o cidadão que olha pra mim e diz 'ah Cauby, você é chato, feio, é bicha, viado'. Tudo isso eu levo pra casa e jogo na lata do lixo, não fica comigo", ri. Termina revelando que não cumpriu ainda seu grande sonho: "cantar [Frank] Sinatra, tenho vontade de gravar as canções dele".


Eternamente Cauby
Cauby Peixoto
Gravadora: Atração
Preço médio: R$ 38,00

Fonte: Agência Carta Maior

Cauby em acerto de contas

0 Recado(s). Após o sinal, deixe o seu!:

Assinar Feed dos Comentários

Postar um comentário

Obrigado por deixar seu comentário sobre os serviços da "Lavanderia Virtual". Procurarei respondê-lo o mais rápido possível. Volte sempre! :-)

Abraços,
Juca (o gerente)



 

  ©Template Lavanderia Virtual, Customizado por Juca, baseado em Blogger Addicted.____Icons by DryIcons._____Ping Technorati____