segunda-feira, 23 de junho de 2008

Custo de vida - parte 3 (final)

Fonte: FAO - Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação

Quer entender um pouco por que o custo de vida tem subido de forma tão assustadora nos últimos anos? Então reúna um pouco de paciência e leia a série de três artigos que aqui postarei seguidamente. Quer ir mais fundo ainda? Visite o site da FAO - Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação.

 

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Como especuladores estão causando a alta do custo de vida - parte 3

 

Markus Dettmer, Frank Hornig, Armin Mahler, Christoph Pauly, Wolfgang Reuter, Janko Tietz

Fonte: AFP - 20.jun.2008  

 

Os mercados de capital americanos são dirigidos por pessoas de 29 anos

 

Os especuladores -e as bolhas especulativas- sempre existiram, como mostra um olhar pela história. O que é novo é o simples volume da especulação, chegando a bilhões, nos últimos anos.
Isto tem a ver com os mercados financeiros modernos e seus instrumentos, conhecidos como derivativos, que o grande investidor americano, Warren Buffet, acertadamente descreveu como armas de destruição em massa. Mas estas armas são apenas eficazes porque os bancos centrais criaram o ambiente necessário. Nunca antes na história o mundo foi tomado por tamanha enxurrada de dinheiro.
Desde o início dos anos 80, as taxas de juros nas principais economias do mundo tendem para baixo. O volume de dinheiro cresceu de acordo, inicialmente em cerca de 4% ao ano e agora em mais de 10%. Quando mais capital produz menos renda de juros, os investidores buscam automaticamente investimentos de maior rendimento.
É relativamente fácil seguir o rastro do dinheiro. Sempre que uma grande quantidade de capital toma um mercado, ele deixa para traz um grande leito de rio.
Primeiro houve a corrida aos Tigres Asiáticos em meados dos anos 90. Bilhões de dólares em investimento ocidental ajudaram a alimentar o boom econômico na Tailândia, Coréia do Sul, Malásia, Filipinas e Indonésia. Mas então, no segundo semestre de 1997, ocorreu o crash.
Uma festa mal tinha acabado quando começou outra. Em Moscou, os especuladores ocidentais apostaram nos títulos de curto prazo do governo russo até que a Rússia se tornou insolvente em 1998. Isto levou ao colapso espetacular da Long-Term Capital Management, um fundo hedge gigante, que quase arrastou o sistema financeiro internacional com ele.
Em seu livro "The Trillion Dollar Meltdown: Easy Money, High Rollers and the Great Credit Crash", o autor americano Charles Morris escreveu: "Independente do que saia errado, o Fed salvará você criando dinheiro barato suficiente para comprar sua saída de seus problemas". Ele estava descrevendo as políticas do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, e seu presidente por muitos anos, Alan Greenspan.
Após o estouro da bolha pontocom e o 11 de Setembro, o Fed reduziu sua taxa referencial em cinco pontos percentuais, assegurando assim que o mercado ficasse literalmente inundado de dinheiro. Na época Greenspan, que era reverenciado e praticamente tratado como um feiticeiro, manteve as taxas em apenas 1% por 12 meses. Seu sucessor Ben Bernanke, adotou exatamente a mesma abordagem quando a crise americana das hipotecas subprime ocorreu no ano passado. Ele já reduziu as taxas de juros sete vezes desde setembro passado.

"A liquidez mundial disponível é um fator que promove a especulação e inovação", diz um especialista do BCE. Além da política agressiva de baixa taxa de juros americana, ele cita uma considerável expansão da oferta de dinheiro na Ásia. Várias equipes no BCE estão buscando formas para melhor entender como os mercados financeiros afetam as mudanças na oferta de dinheiro, portanto influenciando indiretamente a inflação.
Por medo de que os mercados possam sofrer um colapso, os banqueiros centrais americanos tornaram o dinheiro cada vez mais barato, mas ao fazê-lo estão combatendo o incêndio com gasolina em vez de água. À medida que cresce o capital, ele busca cada vez mais novas fontes de retorno.
Os fundos hedge são os mais agressivos, reunindo vastas somas de dinheiro e as investindo de forma extremamente especulativa. Se tudo sair bem, eles podem obter retornos extremamente altos para seus investidores e, para seus administradores, salários que pareceriam inconcebíveis até não muito tempo atrás.
John Paulson é um desses casos. Um ex-banqueiro de investimento, ele administrou seu próprio grupo de fundos hedge, em grande parte sem ser notado, desde 1994. Em 2006, ele ganhava uma renda anual estimada de US$ 100 milhões a US$ 150 milhões. Apesar de certamente uma vasta soma segundo padrões comuns, a renda de Paulson era relativamente modesta dentro do setor, e insuficiente para merecer qualquer atenção da mídia.
Isto mudou em 2006, quando Paulson, 52 anos, decidiu colocar suas apostas no colapso do mercado imobiliário americano, especialmente no setor subprime (de alto risco), enquanto a maioria dos especuladores ainda apostava em um crescimento desenfreado. No ano passado, um dos fundos de Paulson, o Credit Opportunities II, saltou de valor de US$ 130 milhões para US$ 3,2 bilhões, um aumento de 2.362%. O próprio Paulson chegou ao topo do ranking da revista "Trader Monthly" dos 100 maiores ganhadores do setor -com uma renda anual estimada de mais de US$ 3 bilhões.
O homem em segundo lugar nessa lista, Phil Falcone, reconheceu o potencial no minério de ferro australiano. Diretor administrativo sênior da Harbinger Capital Partners, Falcone investiu pesadamente em um dos produtores-chave do setor, a Fortescue Metals. O investimento deu resultado, lhe propiciando um retorno de 114% e contribuindo para os ganhos anuais da Harbinger de cerca de US$ 1,5 bilhão.
Os novos soberanos dos mercados financeiros parecem diferentes de seus antecessores, os banqueiros de Wall Street consistentemente bem vestidos. John Burbank, 44 anos, com sua barba, coletes de lã e utilitário esporte velho e amassado, poderia facilmente se passar por um guarda florestal. Sua pequena empresa tem sede em um prédio modesto de San Francisco, o mais distante da Wall Street de Nova York possível, mas mesmo assim Burbank é o mais recente garoto-maravilha de Wall Street. No ano passado, seu fundo hedge, o Passport Global Strategy, obteve um retorno recorde de 219%.
"Você só consegue obter estes tipos de lucros se suas opiniões forem muito diferentes das opiniões gerais", diz Burbank. Um de seus investimentos foi em minas de carvão africanas.
Dados recentes gerados pela firma de análise do mercado americano, Barclay Hedge, aponta para um afluxo maciço de dinheiro de fundos hedge para o mercado de commodities nos últimos anos. Desde 2003, estes investimentos aumentaram 372%, até o número mais recente de cerca de US$ 190 bilhões.
Às vezes, é claro, há mais em jogo do que investimentos em carvão e minério de ferro. E em alguns casos os especuladores, com sua falta de transparência, apostam em uma economia inteira. O drama que atualmente se desenrola na Islândia é um exemplo.
Nos últimos anos, os três maiores bancos do pequeno país especularam contra sua própria moeda porque tomaram empréstimos pesados no exterior. Alguns poucos fundos hedge perceberam a ação dos bancos e passaram a especular que a situação sairia de controle.
"Operadores inescrupulosos" do exterior estavam tentando provocar o colapso do sistema financeiro da Islândia, disse David Oddsson, o presidente do banco central do país. Ele aumentou as taxas de juros para uma alta recorde de 15,5% em um esforço para salvar a moeda islandesa, a coroa. Desde o início de 2008, a coroa perdeu 20% de seu valor frente ao euro, em parte em conseqüência das ações dos bancos islandeses.
Mas os investidores têm outra carta em suas mangas. Agora eles estão especulando que os bancos islandeses irão a pique. Mas os islandeses estão contra-atacando. Para obter novo dinheiro, uma das instituições, o Kaupthing Bank, está atraindo investidores alemães com uma taxa de juros recorde de 5,65% nas contas do mercado de moeda.
Enquanto isso, os bancos centrais estão se preparando para o pior. Os países escandinavos prometeram fornecer à Islândia uma ajuda emergencial de 4,3 bilhões de euros em dinheiro caso seu banco central necessite socorrer os bancos. O BCE também está ciente do problema. Parece ser hora dos fundos hedge admitirem a derrota, pelo menos por ora, em sua batalha pelo pequeno país.
Não é incomum fundos hedge especularem e perderem, e muitos já fracassaram como resultado. Apesar de ainda não ter ocorrido um grande colapso, a possibilidade não pode ser descartada. Ela acontecerá se vários destes fundos apostarem no mesmo cavalo, perderem e então arrastarem seus financiadores com eles. Isto porque os fundos hedge costumam operar com dinheiro emprestado, o que os torna altamente promissores e arriscados ao mesmo tempo.
É claro, a especulação não é um negócio reservado exclusivamente a estes grandes malabaristas financeiros. Milhões de pequenos investidores participam do jogo, conscientemente ou não. A especulação em commodities assegura suas pensões de aposentadoria (a menos que algo saia errado), e faz parte da estratégia de diversificação das empresas de seguro de vida e planos de investimento. Pequenos investidores também podem investir diretamente em contratos futuros de petróleo e grãos.
"Muito dinheiro pode ser ganho neste negócio se você utilizar apropriadamente a crescente demanda mundial", disse Charles Valdes com entusiasmo há menos de dois anos. Ele está encarregado dos investimentos do maior fundo de pensão americano, o Sistema de Aposentadoria dos Funcionários Públicos da Califórnia (Calpers).
Valdes já investiu mais de US$ 1,1 bilhão, com US$ 450 milhões nos mercados de commodities, em prol das pensões de 2,5 milhões de funcionários públicos da Califórnia. O dinheiro visa "diversificar nosso portfólio e reduzir nosso risco", diz Valdes.
Fundos de investimento poderosos também estão entrando na onda. Nos últimos 12 meses, eles introduziram 52 fundos de índices especializados em commodities apenas nos Estados Unidos. Estes instrumentos espelham os índices industriais divulgados pela Standard & Poor's e Goldman Sachs, na expectativa de que os preços continuem subindo.
O próspero setor de certificados da Alemanha opera de forma semelhante. Com mais de 300 mil papéis negociados diariamente nas bolsas mundiais, qualquer investidor comum pode apostar nas mudanças no preço da gasolina sem chumbo, no zinco ou na soja. O preço desses debêntures emitidos pelos bancos também seguem gráficos febris da cotações internacionais, como os da Bolsa de Chicago e da Bolsa de Metais de Londres. Investidores privados alemães já compraram ações no valor de mais de 130 bilhões de euros. Os bancos estão salvaguardando seus investimentos com a compra de contratos futuros correspondentes, aumentando assim os preços.
Como os mercados de ações não são mais um investimento tão atraente quanto já foram, muitos bancos também estão apostando em commodities. Escrúpulos éticos geralmente não são mencionados em sua literatura promocional, assim como não apontam que os investidores privados pagam por seus investimentos em outros lugares, como no supermercado ou ao encher o tanque no posto de gasolina, por exemplo. E dificilmente um banqueiro apontará que preços lucrativos no fundo se traduzem em aumento do preço dos alimentos em lugares como Burkina Fasso.
Participe da alta dos preços do petróleo mas com pouco risco, o banco americano JP Morgan diz aos seus clientes. O Merrill Lynch até mesmo oferece um produto de investimento chamado "Cesta de Fertilizante dos Mercados Emergentes".
Os especuladores apuraram seus ouvidos há poucas semanas, quando importantes especialistas em agricultura alertaram as autoridades da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) que podiam esperar ver mais e mais pessoas passando fome no futuro. O arroz, antes um produto de nicho nas bolsas de commodities que atraía pouca atenção, agora ganhou proeminência. Não demorou para que números começassem a circular e os especuladores percebessem que o arroz é um alimento básico para mais da metade da humanidade, especialmente na Ásia e Oeste da África.
O banco holandês ABN Amro foi o que reagiu mais rapidamente, emitindo um certificado que "possibilita, pela primeira vez, participação no principal produto alimentício na Ásia". Agora que a Índia impôs uma proibição à exportação de arroz, "as reservas mundiais cairão a níveis mínimos", escreve o banco, deixando implícito que o arroz é uma ótima oportunidade de investimento.
O certificado faz tanto sucesso entre os pequenos investidores que outros bancos agora também estão considerando emitir certificados de arroz. Mas o preço do arroz caiu significativamente de novo. Ironicamente, o DWS, o fundo subsidiário do Deutsche Bank alemão, anunciou um novo fundo agrícola global nos sacos que as padarias alemãs usam para embrulhar pão e outros produtos.
A questão das commodities surge no momento certo para o setor de certificados, fornecendo uma nova ferramenta eficaz para atrair clientes. Até 29 de junho, os investidores na Alemanha não pagarão impostos sobre lucros oriundos de investimentos especulativos. Aqueles que investirem após a data, pagarão um imposto de 25% sobre os ganhos de capital, que, antes das novas regras entrarem em vigor, são isentos de imposto se mantidos por pelo menos um ano.
O sentimento é acalorado e há abundância de oportunidades, trazendo lembranças dos melhores momentos da Nova Economia (pouco antes do início dos piores momentos). Alguns analistas de bancos de investimento adquiriram status cult novamente -como Henry Blodget e Mary Meeker, analistas do Merrill Lynch e Morgan Stanley, respectivamente, que alimentaram o boom pontocom por anos com seus prognósticos otimistas.
Arjun Murti, da Goldman Sachs, exerce um papel semelhante atualmente. O analista de petróleo é famoso em seu setor. Suas previsões ousadas quase sempre estão corretas, pelo menos até agora -a ponto de seus relatórios mais recentes sempre provocarem pequenas ondas de choque nos mercados. No segundo trimestre de 2005, ele previu que o preço do petróleo -a cerca de US$ 50 na época- se aproximaria de US$ 105 em 2009.
Em 6 de maio, Murti disse que um preço de até US$ 200 o barril era "altamente provável" nos próximos 24 meses. Os preços prontamente dispararam. "O relatório da Goldman dá aos administradores de fundos uma desculpa para pressionar ainda mais os preços para cima", diz Michael Fitzpatrick, da MF Global, a principal corretora do mundo para transações de futuros.
Programas financeiros na televisão também entraram em marcha acelerada. Canais de negócios, como o "CNBC" e "Bloomberg" nos Estados Unidos, estão fazendo o melhor que podem para animar os investidores. Enquanto relatórios anteriores se concentravam no número de acessos aos sites da Amazon e Netscape, cotações agora rolam pela tela, mostrando os atuais preços do ouro, prata, gás e petróleo. Apresentadores de programas, investidores e analistas estão constantemente envolvidos em discussões acaloradas sobre a "crise do petróleo na América" sobre a "bolha imobiliária". É claro, parte de suas discussões envolve as melhores formas de transformar estas calamidades em lucro.
Jim Cramer é a nova personalidade da mídia dos novos miniespeculadores. O ex-administrador de fundo hedge se transformou em uma espécie de entertainer para a televisão financeira americana. Em seu programa caótico, "Mad Money", ele ocasionalmente arremessa cadeiras pelo estúdio vermelho. Ele está constantemente pressionando vários botões vermelhos para disparar efeitos sonoros -um coro de aleluia, disparo de metralhadoras ou som de búfalos, ursos ou porcos- correspondentes às suas dicas gritadas de investimento. Turbinas de vento estão em falta no mercado: rufar de tambores! O setor de contêineres de carga está prestes a experimentar uma forte recuperação: aplausos! O boom do petróleo pode sofrer um ocasional minicrash: disparos de metralhadora!
Dificilmente haveria melhor cenário para um capitalismo global desenfreado de grandes e pequenos especuladores. Não é de se estranhar que até mesmo um insider ocasional esteja começando a se sentir constrangido, enquanto mais e mais pessoas estão se perguntando como os mercados fora de controle podem ser novamente domados.
Uma falta de regulação permitiu ao setor financeiro "se tornar lucrativo demais e grande demais", diz George Soros. O lendário guru do investimento está alertando há anos para os riscos do mercado financeiro global. Em uma audiência no Congresso americano na semana passada, Soros até mesmo falou de uma "superbolha" que ele acredita estar se formando nos últimos 25 anos.
As altas recordes nos preços do petróleo também são resultado de uma bolha, segundo Soros. "Especuladores e fundos de índice que seguem a tendência estão apenas aumentando a pressão sobre os preços", ele diz. Por este motivo, Soros propõe tornar mais difícil para fundos de pensão e fundos de índice negociarem contratos futuros nos mercados de commodities. Um método seria a adoção de uma obrigatoriedade de um maior investimento mínimo para o capital especulativo.
Kenneth Griffin também é um dos grandes agentes no mercado. Seu fundo hedge, o Citadel Investment Group, vale US$ 20 bilhões e é um dos mais bem-sucedidos no setor. Todavia, eles às vezes têm uma sensação incômoda quando pensa no setor. "Caminhe por qualquer um dos andares de trading -eles estão cheios de jovens de 29 anos", Griffin se queixou recentemente ao "New York Times". "Os mercados de capital da América são controlados por um bando de jovens recém-saídos do curso de administração e negócios que realmente não viram muito. Há uma verdadeira falta de sabedoria." Segundo Griffin, os executivos de bancos atualmente entendem apenas "parte de seus negócios". Ele acredita que o setor necessita de melhor regulação.
"Nós temos que criar um sistema financeiro no qual não haja incentivos perversos, os riscos sejam devidamente reconhecidos e administrados e onde haja menos empréstimos", diz Mario Draghi, o chefe do Banca d'Italia e presidente do Fórum de Estabilidade Financeira, um grupo fundado pelos sete maiores países industrializados há 10 anos, após a crise financeira asiática. Em abril, Draghi apresentou um documento de 70 páginas detalhando as medidas propostas para fortalecer a estabilidade dos mercados.
Por exemplo, escreve Draghi, devia ser exigido dos bancos um maior uso de seu próprio capital para investimento em produtos financeiros complexos. Os fundos hedge e outros grandes especuladores, ele acrescenta, devem ser forçados a finalmente revelar suas atividades e riscos.
"As propostas são eficientes, mas elas também precisam ser implantadas em algum momento", diz Hans Tietmeyer, o ex-presidente do banco central da Alemanha, o Bundesbank, e co-fundador do fórum. Segundo Tietmeyer, os americanos e britânicos estão constantemente exigindo exceções para suas empresas no instante em que crises agudas terminam.
Além de regulação mais rígida, os economistas também estão pedindo por uma política monetária mais rígida. Isto significa taxas de juros mais altas, menos inflação e, no final, um dólar mais forte. "Os investidores de todo mundo vêem as commodities como uma salvaguarda contra a inflação", diz Ben Steil, do Conselho de Relações Exteriores dos Estados Unidos. Isto significa que enquanto o dólar permanecer fraco, os preços do petróleo não cairão. Para começar, o petróleo é a nova moeda de reserva do mundo.
Enquanto isso, nos escritórios dos fundos hedge, fundos de pensão e firmas de investimento, uma busca febril pelo próximo grande investimento já está em andamento. Investimentos conservadores -coisas concretas que não podem virar fumaça tão facilmente como um contrato futuro nas bolsas de Chicago e Nova York -estão repentinamente em voga de novo.
De acordo com a nova tendência, os fundos hedge e bancos de investimento começaram a comprar fazendas em todo o mundo. O Morgan Stanley, por exemplo, já é dono de vários milhares de hectares de terra agrícola na Ucrânia. Um fundo agrícola operado pelo Blackrock, um grupo de investimento de Nova York, adquiriu mais de 1.100 hectares em Norfolk County, Reino Unido. Outros estão revirando o mundo, da Rússia até a América do Sul, em busca de oportunidades de investimento. Na Argentina, os preços dos campos mais produtivos subiram 80% nos últimos anos.
O fundo hedge britânico Emergent Asset Management está atualmente reunindo 1 bilhão de euros para comprar terras agrícolas africanas ao sul do deserto do Saara.
"Os administradores de fundos hedge podem não ser bons agricultores", diz Paul Christie, chefe de marketing do Emergent, "mas com bons parceiros podem ser bons administradores de fazenda".

 

Fonte: UOL Mídia Global

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Fábio Mayer

É engraçado, várias vezes eu fiz comentários justamente sobre isso: o mundo é governado basicamente por indivíduos jovens, muito mais que ambiciosos, que decidem os destinos da humanidade dos pregões da bolsas de valores, especulando e agindo como se apenas seus umbigos fossem importantes.

Max Coutinho

Oi Juca,

Muito bom este post!
Acharia óptimo que fossem comprar terras em África para cultivar e isso ajudasse a reduzir os custos dos alimentos; contudo sei que comprarão terras para plantar e especular no mercado de futuros...disparando o preço da comida, à semelhança do que estão a fazer com o petróleo...


Beijos, meu lindo

Juca

Fábio, bem que estes jovens poderiam ter um olhar especial aos mais necessitados, mas, como você mesmo disse, eles não têm tempo a perder olhando para baixo. É uma pena, porque quando eles pararem para fazer isso, já deixaram de viver muitas coisas simples e boas que a vida nos oferece.

Abraços!

Juca

Então, Max, com tanto dinheiro em jogo, não seria nada demais que eles "plantassem" de verdade!! Eles continuariam ganhando e, ao mesmo tempo, poderiam manter programas de ajuda humanitária!

Beijos!

Lusófona

O meu comentário será resumido em DESONESTIDADE, CORRUPÇÃO, IMPERIALISMO, DESUMANIDADE, LADROAGEM, FALTA DE AMOR, VIOLAÇÃO DE DIREITOS, EU PODERIA CONTINUAR, MAS DEIXAVA DE SER UM RESUMO :(

BJS

Juca

Sua indignação é justa, Lu! Toda essa voracidade em juntar mais e mais dinheiro certamente tem todos esses "podres"!

Beijos!

Juca

Pessoal, achei esta matéria que corrobora o artigo dos autores (clique no link abaixo):

"Ações do setor agrícola lideram ranking de rentabilidade em 2008 | 01.07.2008 | 10h11
Papéis sobem até 84% impulsionados pela alta nos preços dos alimentos em todo o mundo"

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