quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Free Burma (Liberdade em Burma)!

Esta é uma corrente em solidariedade ao povo de Burma (Myanmar) e o dia de hoje foi escolhido para que os blogueiros no mundo todo participassem dela com algum post sobre os acontecimentos no país.

map-burma

Fonte e mais informações (em inglês): Myanmar (Burma)

Confesso que pouco sabia das atrocidades que pairavam sobre Myanmar, mas da semana passada para cá as notícias vêm se espalhando e avolumando consideravelmente, principalmente pela internet.

O site FREE BURMA iniciou tal campanha, solicitando que cada blogueiro ou site colocasse imagens e a frase "Free Burma" como forma de expressar seu repúdio ao que está acontecendo naquele país. Serve também como meio de informar e alertar um número cada vez maior de pessoas, governos, instituições e autoridades pelo mundo afora. A liberdade de cada povo não pode ser colocada em risco em detrimento da ganância, crueldade e autoritarismo de algumas poucas pessoas que estão no poder.

FREE BURMA! Liberdade em Burma!

Assim, deixo aqui minha total indignação e repúdio à tal Junta que "desgoverna" Burma: SUA HORA ESTÁ CHEGANDO! A HISTÓRIA JÁ OS CONDENOU! O POVO NÃO SERÁ CALADO O TEMPO TODO E SAIRÁ VITORIOSO!!

PS: Abaixo coloco uma matéria com mais informações para que se entenda melhor os acontecimentos no país.


04/10/2007

Mianmar se vê face a face com uma revolução tecnológica
Seth Mydans

Em Bancoc, Tailândia

Costumava ser mais fácil: fechar as fronteiras, montar os bloqueios de estrada, parar os trens, cortar as linhas telefônicas e então reprimir seu povo com impunidade. Foi isto o que os militares fizeram na antiga Birmânia quando esmagaram um levante pró-democracia em 1988.

Na semana passada, quando os generais começaram a atacar os monges budistas e seus simpatizantes nas ruas de Mianmar, eles descobriram que o mundo tinha mudado. As pessoas estavam assistindo.

A junta se viu face a face com uma revolução na tecnologia da resistência, na qual um exército guerrilheiro de cidadãos repórteres estava transmitindo vídeos, fotos e notícias pela Internet enquanto os eventos se desenrolavam.

AFP, 01.10.2007
Imagens de vídeo mostram corpo do jornalista Kenji Nagai sendo arrastado pela polícia

As imagens chegaram às telas de televisão e aos jornais, e o mundo foi inundado de cenas de dezenas de milhares de monges nas ruas e do caos e violência enquanto a junta reprimia o maior levante popular em duas décadas.

A velha tecnologia de armas e cassetetes foi superada pelo imediatismo da comunicação eletrônica de uma forma que o mundo nunca viu.

"Para aqueles de nós que estudam a história da tecnologia da comunicação, isto é de importância igual ao telégrafo, que foi o primeiro meio que separou comunicações e transporte", disse Frank Moretti, diretor executivo do Centro Colúmbia para Ensino e Aprendizado de Nova Mídia, em Nova York.

E isto é apenas o início da revolução, disse Mitchell Stephens, um professor de jornalismo da Universidade de Nova York e autor de "A History of News" (uma história das notícias).

"Há cada vez menos eventos dos quais não temos imagens filmadas. O mundo está cheio de Zapruders", ele disse, se referindo a Abraham Zapruder, um espectador que foi a única pessoa que filmou o assassinato de John Kennedy em 1963.

Em 22 de setembro, quando monges se reuniram no portão da líder da oposição, Aung San Suu Kyi, que não era vista em público há quatro anos, um deles segurava um celular com câmera e registrou a imagem dela atrás das cabeças raspadas dos homens à sua frente. Na semana passada, quando um soldado atirou e matou um repórter japonês, Kenji Nagai, alguém no alto de um prédio filmou a cena.

E então, em um dos países mais censurados do mundo, as pessoas encontraram meios de divulgar tais palavras e imagens.

Elas enviaram mensagens de texto SMS, e-mails e postaram em blogs diários, segundo alguns dos grupos de exilados que receberam as mensagens. Elas postaram anotações no Facebook, o site de rede social. Elas enviaram mensagens minúsculas em e-cards. Elas atualizaram a enciclopédia online Wikipedia.

As pessoas também usaram versões de Internet de "pombos-correio" -os repórteres mensageiros que no passado transportavam filmes e notícias, entregando o material para embaixadas ou organizações não-governamentais com acesso a conexões de satélite.

Igualmente importante, estas imagens e reportagens foram transmitidas de volta a Mianmar pelas emissoras de rádio e televisão estrangeiras, informando e conectando um público que recebe apenas relatos de propaganda de seu governo.

E então, na sexta-feira, o fluxo de imagens parou.

"A Birmânia está às escuras!" escreveu um blogueiro chamado Dathana, que era uma fonte de informação para o mundo exterior. Foi a última mensagem que ele enviou.

Usando tecnologia da mesma forma pesada que usava cassetetes, a junta simplesmente desativou os dois provedores de Internet do país. Em conformidade com o isolamento auto-imposto do país ao longo do último meio século, ele se isolou do mundo virtual da mesma forma que do mundo em geral.

A maioria das comunicações por celular e linhas terrestres com o exterior também foi cortada, e soldados nas ruas confiscavam câmeras e celulares com capacidade de registrar imagens.

"Eles finalmente perceberam que este era seu maior inimigo e o abateram", disse Aung Zaw, editor de uma revista de exilados chamada "Irrawaddy", cujo site era uma das principais fontes de notícias nas últimas semanas.

Seu site foi atacado por um vírus, cujo momento sugere a possibilidade de que o governo militar conte com alguns poucos hackers habilidosos em suas fileiras.

Ao mesmo tempo, a junta se voltou para a mais velha tática de todas para suprimir a informação -o medo. Os jornalistas locais e pessoas pegas transmitindo informação ou usando câmeras estão sendo ameaçadas e presas, disseram organizações de exilados.

Em um último telefonema apressado, disse Aung Zaw, uma de suas fontes mais antigas disse adeus.

"Nós fizemos o bastante", ele contou que a fonte lhe disse. "Nós não podemos mais circular. Agora é com você, nós não podemos fazer mais nada. Fomos vencidos. Estamos sendo caçados por soldados, nós fomos vencidos."

Mas em uma batalha pela alma de seu país e pelo apoio do mundo, a junta está perdendo mesmo enquanto vence, disse Xiao Qiang, diretor do Projeto Internet China e um professor adjunto da Escola de Doutorado em Jornalismo da Universidade da Califórnia, em Berkeley.

"Ao derrubarem a Internet eles mostraram estar errados, que têm algo a esconder", ele disse. "Nesta frente, mesmo um blog desativado é um blog poderoso. Mesmo o silêncio na Internet é uma mensagem poderosa."

Os problemas da China são de uma ordem de magnitude diferente, ele disse, à medida que uma nação imensa, sofisticada, busca equilibrar a abertura que sua economia precisa com o controle que seu governo exige. Ela não poderia considerar se isolar como fez Mianmar, de forma que o controle da Internet é uma indústria à parte.

"Na China é imenso", ele disse. "Há vigilância e intimidação, há regulação legal e há poder comercial para forçar empresas privadas de Internet a se autocensurarem. E há o que chamamos de o Grande Firewall, que bloqueia centenas de milhares de sites de fora da China."

Mas mesmo um país tão isolado como Mianmar, ele disse, não pode viver no mundo moderno sem a Internet. O setor de turismo, os investidores estrangeiros, empresas de todos os tipos dependem dela. E quando, inevitavelmente, as conexões forem restauradas, os oponentes da junta se conectarão novamente ao mundo.

O desafio da reportagem amadora é a qualidade assim como a tecnologia, disse Vincent Brossel, chefe da seção asiática da organização de liberdade de imprensa Repórteres Sem Fronteiras.

"Os rumores são o pior inimigo do jornalismo independente", ele disse. "Nós já estamos ouvindo tantas coisas estranhas. Logo, se você não dispõe de fluxo de informação e com a disseminação de rumores em um país que está usando propaganda -é isto. Há uma destruição da história, e dia a dia ela piora." O avanço tecnológico nas ruas de Mianmar é o mais recente de uma longa história de revoluções na transmissão de notícias, do navio ao telégrafo, das linhas telefônicas internacionais e aparelho de telex aos computadores e telefones por satélite.

"Hoje, todo cidadão é um correspondente de guerra", disse Phillip Knightley, autor de "The First Casualty" (a primeira baixa), uma história do jornalismo de guerra que começa com as cartas enviadas por soldados na Criméia, nos anos 1850, à "guerra na sala de estar" no Vietnã nos anos 70, quando pessoas puderam assistir uma guerra pela televisão pela primeira vez.

"Os celulares com vídeo com capacidade de transmissão possibilitaram a qualquer um noticiar uma guerra", ele escreveu em uma entrevista por e-mail. "Basta apenas estar lá."

Tradução: George El Khouri Andolfato

Visite o site do Herald Tribune

Fonte: UOL Mídia Global

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