Ao ler esta matéria, pensei em como homenagear esta pessoa que é detentora de um talento maravilhoso. Estou falando da escritora brasileira Nélida Piñon, agraciada recentemente com dois prêmios ao seu imenso talento.
Resolvi escrever então este post e partilhar com todos esta notícia. Nada melhor do que espalhar boas notícias! Ainda mais quando o talento de brasileiros é elogiado e premiado.
Então, queridos amigos, deliciem-se com a matéria completa que se segue.
Abraços Carinhosos!
Juca
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"As palavras erotizam a realidade", diz Nélida Piñon em entrevista - 18/10/2005 - Efe - Diversão
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18/10/2005 - 12h09
"As palavras erotizam a realidade", diz Nélida Piñon em entrevista
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Madri, 18 out (EFE) - A escritora brasileira Nélida Piñon, que na sexta-feira receberá o Prêmio Príncipe de Astúrias das Letras, vive um grande momento porque, além desta homenagem, também recebeu o Prêmio Jabuti 2005 por seu romance "Vozes do deserto".
Prêmios e reconhecimentos para uma mulher que, além de escritora e acadêmica, é uma defensora da imaginação e da sedução com a palavra. "Seduzir é uma fatalidade humana. Quem não seduz está negando seu ofício humano. As palavras erotizam a realidade e, à medida que você seduz, você está legitimando o outro; portanto, tem até uma dimensão moral", explicou a escritora em entrevista à EFE.
Resolvi escrever então este post e partilhar com todos esta notícia. Nada melhor do que espalhar boas notícias! Ainda mais quando o talento de brasileiros é elogiado e premiado.
Então, queridos amigos, deliciem-se com a matéria completa que se segue.
Abraços Carinhosos!
Juca
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"As palavras erotizam a realidade", diz Nélida Piñon em entrevista - 18/10/2005 - Efe - Diversão
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18/10/2005 - 12h09
"As palavras erotizam a realidade", diz Nélida Piñon em entrevista
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Madri, 18 out (EFE) - A escritora brasileira Nélida Piñon, que na sexta-feira receberá o Prêmio Príncipe de Astúrias das Letras, vive um grande momento porque, além desta homenagem, também recebeu o Prêmio Jabuti 2005 por seu romance "Vozes do deserto".
Prêmios e reconhecimentos para uma mulher que, além de escritora e acadêmica, é uma defensora da imaginação e da sedução com a palavra. "Seduzir é uma fatalidade humana. Quem não seduz está negando seu ofício humano. As palavras erotizam a realidade e, à medida que você seduz, você está legitimando o outro; portanto, tem até uma dimensão moral", explicou a escritora em entrevista à EFE.
Nélida Piñon, que nasceu em 1937 no Rio de Janeiro, em uma viagem a Madri, visitou as instalações da Agencia EFE, onde, de muito bom humor, disse que o Prêmio Príncipe de Astúrias a enche de "honra" porque, "além de ser um prêmio de grande prestígio internacional, vem da Espanha", terra de seus ancestrais.
"Sou de família galega, e este prêmio é uma homenagem a meus ancestrais, ao lugar de onde saí, a essa aventura que meu avô começou me dando o idioma espanhol. Amo o espanhol e o português e espero que no dia 21, quando tenha que ler o discurso de agradecimento em nome de todos, consiga me contralar", afirmou Piñon, a primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras, entre 1996 e 1997.
Aclamada pela crítica como a voz mais destacada da literatura brasileira, Piñon recebeu dois prêmios no Brasil por "Vozes do deserto": o de melhor romance do ano e o Jabuti.Nélida Piñon, apaixonada pelo Oriente Médio e por história em geral, dedicou muitos anos a esse livro, que ela mesma apresentará em Madri após receber o Prêmio Príncipe de Asturias, em Oviedo (norte da Espanha).
"Trata-se de um tributo à oralidade humana, poderia dizer que é uma releitura de 'As mil e uma noites', mas em nenhum momento Sherazade fala para seduzir o califa. Eu queria fazer um romance sobre a arte de fabular e sobre a imaginação como exercício do engenho humano, que de fato é o protagonista do romance".
Narradora e intelectual ativa, Nélida Piñon, defensora da arte de contar, pensou que Sherazade era a criatura mais emblemática neste assunto e que o Oriente Médio era o enclave perfeito para soltar a imaginação humana.
"Eles têm um único Deus. É um lugar no qual se reúnem três religiões monoteístas que abraçam um Deus invisível, e isso também é pura imaginação, porque é algo não tangível, não palpável; é tão sutil que seus efeitos provocam versões distintas", assinalou a escritora de "A república dos sonhos".
Sedução, sonhos, imaginação, erotismo, beleza e mestiçagem percorrem as páginas deste livro, em que as mulheres têm claro protagonismo.
"Como escritora tenho o grande prazer de observar e, embora acredite que também faço personagens masculinos completos, aqui favoreço as mulheres. Quero ser uma escritora protéica e assimilar muitas formas humanas e poder me tornar criança, homem, vegetal ou animal. Ser polissêmica e camaleônica".
E para conseguir este propósito, Nélida Piñon, cuja obra foi traduzida para vários idiomas, assegurou que seu projeto de vida tem que ser "a carnalidade humana".
"Se Flaubert teve a pretensão deslumbrante de dizer que Madame Bovary era ele, eu também posso ser tudo. Para mim, a melhor maneira de dirigir um projeto de criação é sendo capaz de se colocar nas veias alheias", disse a escritora.
Nélida Piñon, que além de ser uma grande narradora é também uma guardiã da palavra em seu posto na Academia Brasileira de Letras, referiu-se durante a entrevista à importância das aulas de espanhol nos colégios brasileiros.
"Fico contente com o fato de o espanhol estar no auge em meu país. Acho muito importante que os brasileiros aprendam a falar bem o castelhano, porque é um país de gente muito mimética, são muito teatrais e carnavalizam a realidade", disse a escritora, enquanto demonstrava o desejo de divulgar o português em outros países.
"Sou de família galega, e este prêmio é uma homenagem a meus ancestrais, ao lugar de onde saí, a essa aventura que meu avô começou me dando o idioma espanhol. Amo o espanhol e o português e espero que no dia 21, quando tenha que ler o discurso de agradecimento em nome de todos, consiga me contralar", afirmou Piñon, a primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras, entre 1996 e 1997.
Aclamada pela crítica como a voz mais destacada da literatura brasileira, Piñon recebeu dois prêmios no Brasil por "Vozes do deserto": o de melhor romance do ano e o Jabuti.Nélida Piñon, apaixonada pelo Oriente Médio e por história em geral, dedicou muitos anos a esse livro, que ela mesma apresentará em Madri após receber o Prêmio Príncipe de Asturias, em Oviedo (norte da Espanha).
"Trata-se de um tributo à oralidade humana, poderia dizer que é uma releitura de 'As mil e uma noites', mas em nenhum momento Sherazade fala para seduzir o califa. Eu queria fazer um romance sobre a arte de fabular e sobre a imaginação como exercício do engenho humano, que de fato é o protagonista do romance".
Narradora e intelectual ativa, Nélida Piñon, defensora da arte de contar, pensou que Sherazade era a criatura mais emblemática neste assunto e que o Oriente Médio era o enclave perfeito para soltar a imaginação humana.
"Eles têm um único Deus. É um lugar no qual se reúnem três religiões monoteístas que abraçam um Deus invisível, e isso também é pura imaginação, porque é algo não tangível, não palpável; é tão sutil que seus efeitos provocam versões distintas", assinalou a escritora de "A república dos sonhos".
Sedução, sonhos, imaginação, erotismo, beleza e mestiçagem percorrem as páginas deste livro, em que as mulheres têm claro protagonismo.
"Como escritora tenho o grande prazer de observar e, embora acredite que também faço personagens masculinos completos, aqui favoreço as mulheres. Quero ser uma escritora protéica e assimilar muitas formas humanas e poder me tornar criança, homem, vegetal ou animal. Ser polissêmica e camaleônica".
E para conseguir este propósito, Nélida Piñon, cuja obra foi traduzida para vários idiomas, assegurou que seu projeto de vida tem que ser "a carnalidade humana".
"Se Flaubert teve a pretensão deslumbrante de dizer que Madame Bovary era ele, eu também posso ser tudo. Para mim, a melhor maneira de dirigir um projeto de criação é sendo capaz de se colocar nas veias alheias", disse a escritora.
Nélida Piñon, que além de ser uma grande narradora é também uma guardiã da palavra em seu posto na Academia Brasileira de Letras, referiu-se durante a entrevista à importância das aulas de espanhol nos colégios brasileiros.
"Fico contente com o fato de o espanhol estar no auge em meu país. Acho muito importante que os brasileiros aprendam a falar bem o castelhano, porque é um país de gente muito mimética, são muito teatrais e carnavalizam a realidade", disse a escritora, enquanto demonstrava o desejo de divulgar o português em outros países.
"Teriam que divulgar o português pela América Ibérica, porque, além de ser bonito, faria com que vocês fossem bilíngües", concluiu.
Por Carmen Sigüenza
Por Carmen Sigüenza
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