terça-feira, 28 de fevereiro de 2006

A Indústria do Cigarro e Seu Apetite Voraz!

Caros Amigos!

Acho que a matéria deste post já diz tudo por si só. Além do mais, foi escrito pelo Drauzio Varella, aquele do Fantástico, que sempre procura informar às pessoas de maneira simples e direta. Com mais estas informações, que muitos com certeza já faziam idéia, quem sabe as pessoas passem a se cuidar mais para viver de forma mais saudável.

Boa leitura!
Abraços!
Juca

DRAUZIO VARELLA

De gravata ou revólver na mão

Ao contrário do que imaginam os fumantes, cigarros de baixos teores são mais nocivos à saúde.

Na primeira metade do século 20, a indústria do fumo fez o possível e o inimaginável para impedir que a sociedade fosse informada dos malefícios do cigarro. Nos anos 60, depois da publicação da monografia "Fumo e Saúde", na Inglaterra, e do relatório "Luther Thierry, General Surgeon", nos Estados Unidos, nos quais foram reunidos mais de 30 mil estudos que demonstravam ser o tabagismo a principal causa isolada de mortes e doenças crônicas, a indústria houve por bem lançar o chamado cigarro de baixos teores, também batizado de "light", "ultralight" ou "low tar".

O bombardeio publicitário pela TV e demais meios de comunicação sugeria aos incautos que as marcas "light" representariam uma forma segura de fumar: fumos com teores reduzidos de alcatrão e nicotina deveriam fazer menos mal do que aqueles com concentrações mais altas dessas substâncias. Como conseqüência, seu consumo virou moda; especialmente entre as mulheres, o alvo principal das campanhas para expandir o mercado de dependentes.

Na verdade, tratava-se de uma manobra criminosa: comparado com os fumos mais fortes, o cigarro de baixos teores é um agravo muito mais sério à saúde.

Para conquistar usuários do sexo feminino e facilitar para as crianças a aceitação do sabor aversivo da fumaça, a indústria adiciona aos cigarros de baixos teores compostos naturais e sintéticos com odores e gostos agradáveis, como o etilvalerato (maçã), álcool fenílico (rosas), anetol (aniz) e muitos outros. Muitos, mesmo: são mais de 600 - segundo o Food and Drug Administration, dos Estados Unidos -, que vêm somar-se aos 5.000 ou 6.000 normalmente presentes no cigarro. A combustão de vários desses aditivos dá origem a subprodutos hepatotóxicos ou cancerígenos.

A nicotina é uma droga que exerce ação psicoativa ao ligar-se a receptores existentes nos neurônios de diversas áreas cerebrais. Quando esses receptores ficam vazios o fumante entra em crise de abstinência e acende o próximo cigarro. Ao dar a primeira a tragada, a ansiedade desaparece de imediato porque a droga vai dos pulmões ao cérebro em apenas seis a dez segundos. Esse mecanismo é tão poderoso que o cérebro não deixa a critério do fumante a inalação da quantidade de nicotina exigida pelos neurônios dependentes: são eles que controlam a duração e a profundidade da tragada. Se a concentração da droga na fumaça é mais baixa o cérebro ordena uma tragada mais profunda e duradoura.

Ao aspirar com mais força, o ar entra com maior velocidade e queima proporcionalmente mais tabaco do que o papel das laterais, aumentando o conteúdo de nicotina na fumaça e provocando alterações químicas que a tornam mais facilmente absorvida nos alvéolos pulmonares.

Por essas razões, até hoje nenhum estudo demonstrou que fumantes de cigarros "light" apresentem menos doenças cardiovasculares, respiratórias ou câncer. Pelo contrário, alguns trabalhos mostram incidência mais alta de ataques cardíacos e de doenças respiratórias.

Faço essas observações, leitor, para comentar um trabalho publicado na revista médica "The Lancet" por três autores canadenses que tiveram acesso aos documentos dos estudos sobre os efeitos do cigarro, conduzidos secretamente pela multinacional British American Tobacco (controladora da Souza Cruz, no Brasil) no período de 1972 a 1994, agora tornados públicos depois de longa batalha judicial vencida pelas autoridades norte-americanas.

(continua...)

Leia a matéria completa diretamente da fonte, clique no link abaixo:
Folha Ilustrada
De gravata ou revólver na mão

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